terça-feira, 13 de novembro de 2012

Prisão de jornalista indiano gera polémica


Protestantes indianos reuniram-se no estado sulista de Karnataka para contestar a prisão do jornalista Naveen Soorinje. O repórter televisivo foi detido pelas autoridades indianas depois de ter filmado um grupo de activistas Hindu a atacar raparigas que confraternizavam com um grupo de rapazes na cidade de Mangalore, no estado de Karnataka.

Grupos indianos de jornalistas contestaram a detenção e enviaram uma missiva às autoridades locais (Foto: Spoorthi Ullal)
O jornalista foi acusado de cumplicidade com o ataque de Julho, mas alega que está a ser alvo de ataques por ter "denunciado o fracasso da administração local em lidar com casos de policiamento moral e ataques às minorias por parte de grupos extremistas Hindu". O estado de estado de Karnataka, no sul do país, está sob domínio do partido nacionalista Hindu Bharatiya Janata (BJP).

A detenção tem gerado contestação por parte de grupos de defesa dos direitos humanos e de representantes de jornalistas. O juiz reformado e activista de direitos humanos M Saldhana apontou o dedo à "promiscuidade existente entre as polícias locais e as organizações radicais de direita", defendendo ainda o "direito do jornalista de cumprir os seus deveres profissionais".

Um grupo de jornalistas, activistas e políticos enviou uma carta aberta ao Ministro de Estado R Ashok e ao Comissário do Distrito de Mangalore Chennappa Gowda, apelidando a prisão de um "ataque à liberdade de imprensa" e apelando às autoridades estaduais para "intervir e tomar as acções apropriadas". Taranath Kapikad, jornalista de Janshree, em declarações em Mangalore, considerou que "a responsabilidade de apurar a verdade dos factos recai sobre a polícia local".

O comissário policial da cidade de Mangalore defendeu a actuação da polícia, afirmando que esta apenas se limitou a "cumprir as ordens do tribunal".

Hugo Dinis e João Paulo Teixeira.

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