terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Seduzir ou Informar? – A Capa de Newsmagazine como Dispositivo de Comunicação



Nas bancas alinham-se dezenas de revistas que lutam por atenção. A capa faz a diferença neste jogo de sedução e muitas vezes é o elemento decisivo na escolha entre dois títulos concorrentes.

Seduzir ou Informar desmonta a lógica de criação da capa das newsmagazines. Seleccionou-se um conjunto diversificado de títulos que inclui a portuguesa Visão, a L’ Express, a Newsweek e a Veja. Em termos metodológicos, fizeram-se duas apostas: conjugar a análise de conteúdo, que procura eventuais padrões; com a análise semiológica, que olha cada capa como dispositivo imagético e textual, interpretando as narrativas que lhe conferem unidade, coerência e sentido.

O período de análise percorre os três primeiros meses de 1999 traduzindo-se num corpus com 48 capas, 12 de cada publicação. A análise semiológica, pela sua natureza e profundidade, cinge-se aos primeiros quinze dias de Janeiro, incidindo sobre oito capas, duas de cada newsmagazine, permitindo esclarecer diferenças no que diz respeito às “estórias” que cada título conta na primeira página.

Perto do final do milénio, as revistas internacionais viviam o rescaldo do caso Clinton/Monica Lewinsky e faziam eco da morte do Rei Hussein da Jordânia. Indiferentes ao que se passava além fronteiras, as capas da Visão e da Veja denotam agendas marcadamente nacionais, a primeira com temas mais light, a segunda dominada pelos problemas económicos, encenados de uma forma sui generis.

A questão orientadora, que enforma toda a investigação, é saber de que forma a capa de revista de informação geral funciona como dispositivo de comunicação. O leitor de newsmagazines, inspirado pela herança da pioneira norte-americana Time, espera encontrar informação concisa e diversificada, nacional e internacional, assim como uma abordagem séria e equilibrada das problemáticas. Serão estas também as preocupações subjacentes à montagem do dispositivo capa de newsmagazine?

Carla Rodrigues Cardoso

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Comissão de Trabalhadores da RTP critica processo da TDT


A Comissão de Trabalhadores da RTP contestou hoje a forma como está a ser implementada a Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal, e exigiu um modelo alternativo que inclua mais canais digitais.

A introdução da TDT começa a 12 de Janeiro e espera-se que esteja concluída em Abril, altura em que as emissões televisivas passam a ser digitais, substituindo assim as analógicas.

Para a CT da estação pública de televisão o principal erro no processo foi aceitar que a Portugal Telecom pudesse concorrer ao processo - quando era a "única empresa em Portugal que não a poderia ter", uma vez que concorre directamente com a TDT através da venda de pacotes de televisão do Meo. O outro erro é de incompetência política: exigiu-se à operadora que fosse assegurada a "cobertura de uma percentagem de território em vez de assegurar a cobertura de uma percentagem de população".

A comissão de Trabalhadores da RTP acrescenta ainda que implementação da Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal é "um verdadeiro escândalo económico e político com graves consequências sociais a curto, médio e longo prazo".

O órgão que representa os trabalhadores da RTP refere como exemplo a forma como a TDT foi introduzida noutros países da Europa, onde considera que esta tecnologia até foi "o catalisador de uma explosão de variedade de oferta televisiva".

Segundo dados da CT, Espanha tem 48 canais digitais (com a TDT), a Estónia tem 44, a Alemanha 53 e a Itália tem 70. Portugal, com a TDT, vai ter apenas quatro canais abertos em sinal digital: a RTP, RTP2, SIC e TVI.

"Portugal terá como triste distinção o facto de ser o país europeu com o menor número de canais esta plataforma", lamenta a Comissão de Trabalhadores.

A CT da RTP exige que seja criado "um outro modelo de TDT que integre os canais que actualmente existem e os que facilmente podem ser criados (...) e com cobertura total do território de forma a garantir um serviço público de televisão e rádio".



Rita Monteiro e Mónica Barros