sábado, 27 de outubro de 2012

Trabalhadores do New York Times ameaçam fazer "greve de assinaturas"


Divergências sobre planos de saúde, pensões e salários motivaram os trabalhadores do New York Times (NYT) a ameaçar entrar em "greve de assinaturas" nas peças produzidas. Proposta durante as negociações entre o sindicato dos trabalhadores e a direcção do jornal, o protesto motivaria os jornalistas da publicação a editarem os seus textos e fotografias sem as assinar.

Apesar de ainda não existir data marcada para o começo da greve, o Presidente do Sindicato dos trabalhadores do NYT Grant Glickson afirmou, em e-mail enviado à Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA), que esta é uma "táctica comum no jornalismo há décadas" e "a mensagem de insatisfação mais forte que os jornalistas podem enviar à direcção".

Numa disputa que já leva mais de 19 meses de duração, a direcção do jornal procura ainda encontrar uma solução para responder às reivindicações dos seus trabalhadores. O contencioso já motivou cerca de 400 funcionários do NYT a avançarem para uma greve no início do mês, com os trabalhadores a permanecerem dez minutos em frente à sede do jornal para pressionar a direcção a aceitar as exigências do sindicato.

Embora Glickson reafirme que a greve só terá lugar em último recurso, não deixa de assegurar que "é vital que os jornalistas estejam preparados". A direcção do jornal recusou comentar a possibilidade avançada pelo Sindicato dos Trabalhadores do NYT.

Hugo Dinis e José Miguel Carpinteiro.

Público mantém edição impressa diária


O jornal Público vai manter a edição em papel diária. Marcelo Rebelo de Sousa, no comentário semanal da TVI, anunciou o fim do jornal diário e lamentou o desaparecimento de algumas edições impressas por semana.

No entanto, para o adiministrador do tídulo, Pedro Nunes Pedro, esta suspeita "não faz sentido". Pedro Nunes Pedro garantiu ao Meios&Publicidade que "essa hipótese não está em cima da mesa".

De acordo com um comunicado divulgado no portal da publicação, o jornal decidiu apostar no jornalismo digital. Nos últimos anos tem sido levantada a hipótese do Público ser editado apenas quatro dias por semana, devido à diminuição da equipa, do aumento dos prejuízos e a anunciada aposta no digital.

 Sandra Maciel

TDT poderá disponibilizar mais de trinta canais


A Televisão Digital Terrestre (TDT) pode transmitir novos canais, alguns deles em alta definição. Para estas mudanças, é necessário que o espectro radioeléctrico que sobrou com o fim da televisão analógica seja cedido aos operadores televisivos, segundo o Correio da Manhã.

A Anacom já solicitou a intervenção dos operadores dos media e do regulador dos media, para que estes se pronunciassem sobre o assunto, de forma a informar Bruxelas sobre a intenção de Portugal de disponibilizar mais canais aos espectadores.

Arons de Carvalho, vice-presidente da (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) afirmou que "a ERC deve assegurar que a União Europeia reserve espaço suficiente para as televisões; caso contrário, e porque é tendência, começa o ‘namoro’ das empresas de telecomunicações para o ocupar". Raquel Alexandra, vogal da empresa, defende a mesma opinião de Arons de Carvalho, uma vez que considera que "tem de haver uma decisão que não seja irreversível, porque isso seria hipotecar a actividade futura das televisões".

Mauro Carvalho e Tiago Amado

sábado, 20 de outubro de 2012

Grupo de jornalistas envia carta aberta em defesa do jornalismo "pela democracia"


Trabalhadores da LUSA entraram em greve de 4 dias em protesto contra os cortes
Um conjunto de jornalistas sublinhou hoje numa carta aberta a importância que o jornalismo tem num regime democrático. Personalidades entre as quais Diana Andringa e Adelino Gomes alertaram para o perigo dos cortes no financiamento dos órgãos de comunicação.

"O jornalismo não se resume à produção de notícias e muito menos à reprodução de informações que chegam à redacção. Assenta na verificação e na validação da informação, na atribuição de relevância às fontes e acontecimentos, na fiscalização dos diferentes poderes e na oferta de uma pluralidade de olhares e de pontos de vista que dêem aos cidadãos um conhecimento informado do que é do interesse público, estimulem o debate e o confronto de ideias e permitam a multiplicidade de escolhas que caracteriza as democracias", avança o documento.

A carta surge numa altura em que os cortes de 30% no financiamento da agência LUSA, suscitam polémica junto da sociedade portuguesa e os trabalhadores da empresa noticiosa encontram-se numa greve de 4 dias.

O documento, subscrito por mais de 70 nomes do jornalismo, desafia "todos os cidadãos a empenhar-se nesta defesa de uma imprensa livre e de qualidade e a colocar os seus esforços e a sua imaginação ao serviço da sua sustentabilidade".

Eduardo Sousa e Hugo Dinis

Jornalistas divulgam carta aberta


"Enfraquecimento da democracia" levou mais de 70 jornalistas a escrever a carta aberta "Pelo jornalismo, pela democracia" para alertar sobre as consequências da crise nos media portuguses.

Os jornalistas afirmam na carta que não se trata de "uma mera questão laboral ou mesmo empresarial. Trata-se, contudo, de um problema mais largo e mais profundo, e que, ao afectar um sector estratégico, se reflecte de forma negativa e preocupante na organização da sociedade democrática”.

Na carta lê-se que a crescente perda de trabalhadores no ramo da comunicação social tem levado “a uma perda de rigor, de qualidade e de fiabilidade, que terá como consequência, numa espiral recessiva de cidadania, a desinformação da sociedade, a falta de exigência cívica e um enfraquecimento da democracia”.

Os subrescritores afirmam também que os jornalistas de todas as plataformas de comunicação social, nomeadamente a televisão, rádio, imprensa e online, devem lutar "pelo direito à dignidade profissional contra a degradação das condições de trabalho, lutam por um jornalismo independente, plural, exigente e de qualidade, esteio de uma sociedade livre e democrática”.

Naida Seixas e Monja Urbic

Agência Lusa em greve durante quatro dias


Os trabalhadores da empresa iniciaram esta quinta-feira uma greve em protesto contra os cortes de 30% no orçamento para 2013. Durante quatro dias o serviço de distribuição de noticias da agência vai estar interrompido.

Os números completos da adesão à greve não são ainda conhecidos. Segundo informações recolhidas pelo Público, às 9h da manhã desta quinta-feira não se encontrava nenhum jornalista nas redacções de Lisboa e Porto. Está marcada uma concentração para a entrada das delegações de ambas as cidades, às 10h da manhã, com o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Alfredo Maia. Uma hora mais tarde, em Lisboa, está agendada uma vigília junto ao conselho de ministros.

Na origem desta greve estão os processos de recisão amigáveis abertos pela Lusa na quarta-feira, na sequência da apresentação do Orçamento do Estado para 2013. O orçamento prevê uma redução da indeminização compensatória de 19.1 milhões para 13.2 milhões de euros, o que, de acordo com o presidente Afonso Camões, obriga a "uma reorganização das estruturas, com adequada redução de custos".

Após as notícias que davam conta dos cortes financeiros na Lusa e dos despedimentos no Jornal Público, foram criadas duas petições em defesa do jornalismo e do serviço público: "Em defesa da agência de notícias Lusa", que já tem cerca de 2868 assinaturas, e "em defesa da manutenção da qualidade do Jornal Público e dos profissionais que fazem dele um jornal de referência nacional", que conta com 1919 assinaturas. A greve estende-se até domingo, com a possibildade de o serviço vir a ser restabelecido desde que existam condiçoes, de acordo com a nota enviada pela agência aos clientes.

Mauro Carvalho e Tiago Amado

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Lusa luta pelo "direito à informação"


Lusa em defesa da democracia
A greve dos trabalhadores da Lusa vai durar até ao próximo Domingo, dia 21 de Outubro, prolongando-se por quatro dias.

A manifestação dos jornalistas e colaboradores da agência noticiosa chega depois de um corte de financiamento para a Lusa, apresentado no Orçamento de Estado para o próximo ano. O contrato do programa de serviço público de informação vai sofrer um corte de 30,9%, para 13,2 milhões de euros, contrastando com os 19,1 milhões de euros recebidos em 2012.

Sobre o corte anunciado, o Sindicato dos Jornalistas comunicou que “o que está em causa é a ameaça de uma enorme redução da capacidade da Lusa em acompanhar o pulsar do Mundo e do País”, concluindo que o que “está ameaçado é o direito dos cidadãos à informação”.

Durante os próximos dias serão várias as formas de protesto contra as medidas apresentadas pelo Orçamento de Estado. Os profissionais da informação estiveram ontem (dia 18) junto à presidência do Conselho de Ministros, durante a reunião semanal do Governo e hoje espera-se uma manifestação junto ao Parlamento em conjunto com o jornal Público.

João Pimenta e Fábio Fernandes

sábado, 13 de outubro de 2012

Jornais portuenses em livro


Lançado a 10 de Outubro,
a obra já está disponível para compra
A professora Helena Lima da Universidade do Porto (UP) levou a cabo uma investigação sobre os três grandes jornais da região. A coordenadora do departamento de Jornalismo e Ciências da Comunicação intitulou a obra de "A Imprensa Portuense e os Desafios da Modernização", e nele descreve os percursos do 'Jornal de Notícias', 'O Primeiro de Janeiro' e 'O Comércio do Porto'.

Lançado a 10 de Outubro, o livro corresponde a dois capítulos da tese de doutoramento da Professora Universitária baseada numa investigação que pretende analisar as modificações no jornalismo portuense ao longo do último século.

Em entrevista ao Jornalismo Porto Net, Helena Lima revelou que no decorrer da investigação apercebeu-se de que "os jornais conseguiram encontrar uma dinâmica de êxito com as linhas editoriais que constituíram ao longo de um século, aproximaram-se do público, fidelizaram-no.”

Na obra há ainda destaque para o período salazarista e a época da censura e pós-revolução dos cravos. "Com o 25 de Abril, o JN soube regressar ao seu estilo de proximidade com o público através da linguagem popular e da cobertura de temas da região. Pelo contrário, 'O Primeiro de Janeiro' e 'O Comércio do Porto' não souberam lidar com a opressão política e com a ingerência nas questões editoriais", explicou a autora na mesma entrevista.

João Pimenta e Fábio Fernandes

Trabalhadores da Lusa em vigília contra cortes e despedimentos


Cortes na Lusa põem em risco o "papel da Lusa", segundo o SJ
Os funcionários da Agência noticiosa Lusa entraram em vigília na passada segunda feira, dia 8 de Outubro, contra os cortes de 30% no financiamento da empresa anunciados pelo Governo. O anúncio do executivo lançou suspeitas junto da Comissão de Trabalhadores (CT) de futuros despedimentos na Agência.

Dezenas de trabalhadores concentraram-se junto das instalações da empresa, empunhando cartazes e entoando palavras de ordem contra a decisão do executivo de reduzir o orçamento da Lusa no contrato-programa para 2013. Com este corte, a Agência passará a dispôr de um total de 10,8 milhões de euros anuais.

O Ministro Miguel Relvas confirmou os cortes na Lusa
Um elemento da CT da Lusa considerou que os cortes colocam em causa o serviço público desempenhado pela empresa, deixando a sua "viabilidade em risco". O Sindicato de Jornalistas defendeu, em comunicado, "o papel fundamental e estratégico" da Lusa "no espaço de língua portuguesa e na difusão internacional da cultura portuguesa e lusófona". A CGTP mostrou-se igualmente solidária e condenou a desvalorização em curso do serviço público que a empresa presta ao país, apelando à unidade em torno dos sindicatos.

No dia 3 de Outubro, o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas recebeu a CT da Agência Lusa e confirmou os cortes de cerca de 30% no financiamento da Agência previamente anunciados.

Hugo Dinis e João Paulo Teixeira

Público despede quase 50 trabalhadores


Desde que foi criado, o "Público" 
apresenta problemas financeiros.
O jornal "Público" anunciou ontem a intenção de despedir 48 trabalhadores, 36 dos quais jornalistas.

O objectivo da Sonaecom, a empresa que detém o jornal, é a poupança de 3,5 milhões de euros por ano, "assegurar a sustentabilidade" e "fortalecer a aposta no digital".

Uma das razões para o despedimento colectivo foi o prejuízo de 1,72 milhões de euros registado pelo jornal, no primeiro semestre deste ano, revela o Correio da Manhã. Ao fim de cinco anos,  o Público apresenta um prejuízo acumulado de 13 milhões de euros, avança o Expresso.

A empresa de Belmiro Azevedo teve lucros de 
38,1 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2012.
Em resposta aos cortes anunciados pela empresa, os trabalhadores decidiram recorrer ao sindicato para tentar travar os despedimentos, através de possíveis greves.

Já no final de 2011, a administração do "Público" impôs um corte salarial aos trabalhores, depois de se terem oposto ao lay-off que afectaria mais de 20 pessoas, por um período de seis meses a um ano, como consta no "Diário Económico".



Ruben Gomes e Tiago Rodrigues

Público dispensa 48 trabalhadores


O jornal Público anunciou através de um comunicado esta quarta-feira que irá proceder a despedimento de 48 funcionários, entre os quais 36 jornalistas, para poupar cerca de 3,5 milhões de euros por ano. Este despedimento foi justificado pela administração da Sonaecom como fazendo parte de um plano de reducção de custos.

Neste comunicado o jornal divulgou que nos primeiros seis meses deste ano, o mercado dos jornais generalistas em Portugal vendeu menos 29 mil exemplares por dia face ao mesmo período do ano de 2011. Outro dos factores foi a quebra de 29 % das receitas publicitárias dos jornais nos últimos nove meses.

A direcção do Público afirmou que embora tenha feito acordos com os trabalhadores ao longo do tempo o futuro do jornal vai passar pelo formato digital, pois as reducções que foram feitas não foram suficientes para inverter o crescente prejuízo.

Os trabalhadores preparam-se para responder a esta dispensa através de uma greve. A comissão de Trabalhadores e o Conselho de Redacção do Público apresentaram uma moção para que se inicie o processo de greve com o intuito de impedir o despedimento anunciado pelo jornal.

Fontes: Meios e Pulicidade, Público

Marcelo Miranda e Sérgio Moitas

Jornal i, o mais premiado nos prémios ÑH


O jornal i foi o título português mais distinguido nos prémios ÑH. Conquistou duas medalhas de ouro, dez de prata e oito menções honrosas em várias categorias. Sendo ainda eleito o mais bem desenhado da Península Ibérica, na categoria com mais de 50 mil exemplares e o jornal de Leiria, na categoria até 15 mil exemplares, também ganhou o prémio de mais bem desenhado.

O jornal Público conquistou seis prémios e duas menções honrosas. Entre eles estão o de melhor capa de revista, pela capa do suplemento 2 dedicada à crise grega, e o de melhor site com p3.publico.pt (na categoria de menos de 12 milhões de visitantes). A revista Turbo saiu premiada dos ÑH com a distinção mais importante (prata, já que não houve ouro) na categoria de redesign gráfico. Sábado e Diário de Notícias também foram contemplados com várias distinções.

Os prémios ÑH, que distinguem o melhor design editorial de Portugal e Espanha, são organizados pela secção espanhola da Society for News Design. O encontro decorreu de 3 a 5 de Outubro, entre os 11 membros do júri na Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra, em Pamplona, Espanha. Em concurso estava 2.543 trabalhos, dos quais 236 eram em suporte online.

Sandra Maciel

Crise obriga a despedimentos no “Público”


O Jornal Público, do grupo Sonaecom, anunciou que pretende reduzir o número de funcionários, de modo a diminuir os custos verificados nos últimos cinco anos, que apresentam prejuízos na ordem dos 13 milhões de euros. Com esta medida, a empresa planeia poupar anualmente 3,5 milhões de euros.

O diário tenciona despedir 48 trabalhadores, sendo que 36 são jornalistas e os restantes pertencem a outras áreas da publicação. Entre os jornalistas despedidos, encontram-se alguns históricos da redacção como Bruno Prata, Carlos Pessoa e Luís Francisco. As áreas mais afectadas por este corte foram as de desporto, local e agenda. No total, a redacção sofreu uma redução de 28%, contando agora com 130 jornalistas no seu quadro.

O grupo Sonaecom considerou esta restruturação essencial e inevitável para assegurar "a sustentabilidade e sobrevivência do Público a curto prazo".  A empresa justificou ainda esta decisão, afirmando que as últimas poupanças efectuadas revelaram-se "insuficientes para inverter a tendência dos prejuízos verificados". No entanto, os leitores têm a garantia de continuar a ter "um jornalismo de qualidade e independente".

Depois de uma reunião, os funcionários agendaram um processo de greve com efeitos imediatos. Segundo a Comissão de Trablhadores e Conselho de Redacção, " este despedimento inviabiliza a continuidade do Público enquanto órgão de comunicação social de referência".

Mauro Carvalho e Tiago Amado