quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O futuro visto por João Palmeiro

O presidente da Associação Portuguesa de Imprensa João Palmeiro desafiado a responder à pergunta: "Os jornais vão acabar" deixou na Lusófona estas informações e pistas de reflexão:

  • -“O jornalismo da era digital exige mais jornalistas, melhores jornalistas e mais bem preparados”
  • “Depois dos nórdicos, Portugal é o país onde se lê mais jornais”. Surpreendente? “Compram-se poucos jornais mas lê-se muito”.
  • “Os [jornais] gratuitos expandiram-se em Portugal para além dos transportes públicos devido à dificuldade em comprar um jornal”
  • “Os jornais não morrem enquanto existirem pessoas para ler e para os fazer”.

Sobre o funcionamento que se perspectiva para a "produção" de informação indicou-nos este vídeo (que tem infelizmente uma tradução com erros):

E sobre a organização dos órgãos de comunicação social em categorias profissionais na era da comunicação social:

. Jornalista dotado de competências digitais (technojournalist)
. Jornalista com capacidades de gestão de bases de dados noticiosas (production journalist)
. Gestor de notícias (story manager).
. Arquivista – documentalista digital (resourcer).
. C.E.I.O. (Chief Executive Information Officer)

inspirado em “The New Journalists” de Kerry J. Northrup, director de publicações da Ifra.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Informação na televisão


O "Futuro da Informação Televisiva" visto por Ricardo Costa que estreou o ciclo de conferências "Comunicação e Jornalismo no sec. XXI" na Lusófona a 28 de Novembro. Sim, sei que estamos por aqui um pouco atrasados a contar as histórias...

Na foto de João Henriques, aluno da Lusófona, Ricardo Costa explica, questionado por aluna, o que se passou no dia em que Santana Lopes saiu dos estúdios da SIC Notícias quando a sua entrevista foi interrompida para se fazer um directo da chegada de José Mourinho ao aeroporto de Lisboa. Ricardo Costa admitiu que, se fosse hoje, não teria decidido fazer o directo sabendo que Mourinho não diria nada. Mas, alertou, se Mourinho tivesse feito alguma declaração e a SIC não transmitisse o debate seria outro.

Aqui fica uma síntese das reflexões de Ricardo Costa sobre o futuro e que valem a pena guardar:
  • "Haverá informação, futuro e televisão. A incerteza está em quem quer ver, o que quer ver a através de que meio".

  • "A informação tem de ser vista como um negócio: sem viabilidade financeira um órgão de comunicação não pode ser independente"

  • "A imprensa especializada vai migrar muito rapidamente para o online". Um dos exemplos é a informação económica. Mas "informação económica na [televisão por] cabo é uma ideia suicida"

  • "A maioria dos jornalistas dificilmente escapará de trabalhar para várias plataformas".
A SIC foi recentemente reorganizada, acabando com as clássicas editorias. Os jornalistas podem ser chamados a acompanhar qualquer área. Uma redação a funcionar como um centro de produção de informação que é depois distribuída para os diversos meios: SIC generalista, SIC Notícias, SIC Online e telemóvel.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Os jornais vão acabar?


João Palmeiro, presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, vem à Lusófona no dia 17 de Dezembro responder à questão "Os Jornais vão Acabar?". Trata-se da II Conferência do Ciclo "Comunicação e Jornalismo no séc. XXI", promovido pela licenciatura em Comunicação e Jornalismo da ULHT.
Convidam-se todos os alunos, profissionais e interessados em jornalismo a estar presentes, às 18.00, no auditório Ómega (Edifício Q), Campo Grande, 376, em Lisboa.

Micas 2, Pide 0: quanto valem os valores-notícia?

A propósito da publicação do livro Os Meus 35 Anos com Salazar de Maria da Conceição Rita & Joaquim Vieira, a RTP fez na altura do lançamento (30 de Outubro) uma reportagem desenvolvida no Telejornal. Esta semana, foi a vez da SIC repescar o assunto para o desenvolver numa grande reportagem no Jornal das Oito. Não tenho nada contra. Só prova a tendência jornalística para a personificação, para as histórias de interesse humano, para o valor-notícia “bizarro”: “afinal, o ditador tinha um coração de ouro…”
O meu problema é outro. No mesmo dia 30 de Outubro foi lançado outro livro, da historiadora Irene Pimentel. A obra, com cerca de 500 páginas, resulta de seis anos de trabalho e intitula-se A História da Pide. Tive conhecimento dela, por acaso, através de uma entrevista da Ana Sousa Dias no programa "Janela Aberta", no Rádio Clube. O que a investigação trouxe de novo (valor-notícia!) sobre a polícia política do antigo regime é material mais do que suficiente para várias reportagens televisivas. Mas ainda não vi nenhuma. Assisti apenas, boquiaberta, à forma como a RTP "deu a notícia" no próprio dia 30/10 — em 15 segundos, limitando-se a mostrar a capa do livro. Provavelmente porque este tema não tem rosto de avozinha, como o de “Micas”, que nos pode contar, por exemplo, que Salazar gostava de bacalhau assado com batata a murro…

Luís Castro analisa “Caso Maddie”

Já está à venda o livro Por que adoptámos Maddie de Luís Castro, a primeira tentativa de abordagem sistemática deste fenómeno mediático. Coordenador do telejornal da RTP e estudante de Ciências da Comunicação e da Cultura, na Universidade Lusófona, Luís Castro assume “a sua quota-parte nas decisões editoriais que contribuíram para que [o caso Maddie] se tenha tornado uma ‘Notícia Global’ ”.
Na elaboração do livro, Luís Castro contou com a participação de 24 especialistas, entre académicos, investigadores criminais, juízes e jornalistas. Ao consultar a listagem que inicia a obra, percebe-se que dos treze profissionais do mundo do jornalismo entrevistados, apenas três não são da RTP (um cameraman da Sky News, Emídio Fernando, na qualidade de director do extinto Tal & Qual e Adelino Gomes, do Público).