Lusófona e Pais-em-Rede uniram-se para dar corpo a
um sonho: construir uma narrativa mediática que trabalhe a deficiência de forma
inclusiva. E assim nasceu “Ser igual na diferença”, uma grande reportagem
apresentada ao público a 9 de maio.
A Universidade Lusófona
aceitou o desafio da associação Pais-em-Rede e realizou a reportagem "Ser igual na diferença", enquadrada na Operação 7 Dias com os Media. "O trabalho foi apresentado a 9 de maio, Dia da Europa, acolhido pela XVI Semana Internacional do Audiovisual e Multimédia. O visionamento da grande reportagem de 17
minutos foi acompanhado da conferência em tom de conversa "Questionar a
representação mediática da inclusão". Os responsáveis pelo projeto – Tomás
Tim-Tim, autor da reportagem, Carla Rodrigues Cardoso, da Lusófona, Luísa
Beltrão e Isabel Correia, da Pais-em-Rede, explicaram como foi possível
transformar um sonho num objeto concreto.
Afinal, que histórias
contam os média sobre as pessoas com deficiência, universo que representa quase
dez por cento da população? Quantas vezes elas surgem numa reportagem
televisiva, nas páginas de um jornal ou num outdoor?
É raro. Tão raro, que é fácil esquecer cerca de um milhão
de cidadãos portugueses. E quando estas pessoas surgem, são “enquadradas na
deficiência”, “inseridas num gueto”, denuncia Isabel Correia.
Cidadãos de pleno direito
O que se pretende com "Ser
igual na diferença" é fugir ao que Carla Rodrigues Cardoso apelidou de “registo do extraordinário”, que pauta os meios de comunicação social quando
abordam o tema deficiência. A aposta reduz-se a dois tipos de narrativas: “de
desgraça ou de superação”, considera a coordenadora da Redação do LOC, o portal de conteúdos
da universidade, que realizou o projeto. O trabalho da Lusófona/Pais-em-Rede mostra
as pessoas com deficiência no seu papel de cidadãos de pleno direito, iguais a
todos os outros.
Luísa Beltrão mostrou-se muito satisfeita com o
resultado final, acreditando que “foi dado um passo importante”, para alterar a
abordagem dos média ao universo da deficiência. O terror, que Tomás Tim-Tim,
licenciado em Comunicação e Jornalismo e colaborador regular do LOC, confessou ter sentido no
início do projeto – pelo desconhecimento total que tinha da temática a
trabalhar, mas consciência da sua delicadeza, deu lugar a um largo sorriso de
“missão cumprida”. Um equipa visivelmente satisfeita com uma reportagem pensada
e concretizada em menos de dois meses.
Da equipa de
imagem e edição de "Ser igual na diferença" fazem parte os
professores da Lusófona Luís Santos e João Antero, o realizador da peça.
Participaram também Bruno Mangas (repórter de imagem) e Jorge Pereira (edição),
alunos finalistas do 1º Ciclo em Cinema, Vídeo e Comunicação Multimédia.
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