terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Comissão de Trabalhadores da RTP critica processo da TDT


A Comissão de Trabalhadores da RTP contestou hoje a forma como está a ser implementada a Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal, e exigiu um modelo alternativo que inclua mais canais digitais.

A introdução da TDT começa a 12 de Janeiro e espera-se que esteja concluída em Abril, altura em que as emissões televisivas passam a ser digitais, substituindo assim as analógicas.

Para a CT da estação pública de televisão o principal erro no processo foi aceitar que a Portugal Telecom pudesse concorrer ao processo - quando era a "única empresa em Portugal que não a poderia ter", uma vez que concorre directamente com a TDT através da venda de pacotes de televisão do Meo. O outro erro é de incompetência política: exigiu-se à operadora que fosse assegurada a "cobertura de uma percentagem de território em vez de assegurar a cobertura de uma percentagem de população".

A comissão de Trabalhadores da RTP acrescenta ainda que implementação da Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal é "um verdadeiro escândalo económico e político com graves consequências sociais a curto, médio e longo prazo".

O órgão que representa os trabalhadores da RTP refere como exemplo a forma como a TDT foi introduzida noutros países da Europa, onde considera que esta tecnologia até foi "o catalisador de uma explosão de variedade de oferta televisiva".

Segundo dados da CT, Espanha tem 48 canais digitais (com a TDT), a Estónia tem 44, a Alemanha 53 e a Itália tem 70. Portugal, com a TDT, vai ter apenas quatro canais abertos em sinal digital: a RTP, RTP2, SIC e TVI.

"Portugal terá como triste distinção o facto de ser o país europeu com o menor número de canais esta plataforma", lamenta a Comissão de Trabalhadores.

A CT da RTP exige que seja criado "um outro modelo de TDT que integre os canais que actualmente existem e os que facilmente podem ser criados (...) e com cobertura total do território de forma a garantir um serviço público de televisão e rádio".



Rita Monteiro e Mónica Barros

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