Trauma foi o tema mais falado pelo director do Dart Centre Europe, Gavin Rees, que esteve em Lisboa a convite do Centro de Trauma da Universidade de Coimbra.
Gavin Rees, o director da Dart Centre Europe |
Numa entrevista ao Jornal i o jornalista explica que ainda no início da carreira do jornalismo, se apercebeu de que o trauma – as histórias violentas que ocorrem muitas vezes perto de nós- estão por todo o lado. ”É necessário inovar o jornalismo”, diz Gavin Rees, “mas é cada vez mais difícil porque a maioria dos jornalistas não sai da redacção e não recebe apoio de profissionais mais experientes”. A falta de relacionamento dos jovens jornalistas com jornalistas mais experientes e a falta de partilha de experiências traumáticas provoca um vácuo e um vazio na informação, afirma.
Para Gavin Rees é importante perceber como é que um jornalista lida com as suas emoções. Para além de profissional, o jornalista tem reacções humanas, explica, dando o exemplo de Bem Nrown, um jornalista da BBC, que estava a cobrir um tsunami e que, enquanto entrevistava uma senhora idosa, ela começou a chorar e abraçou-o.
“A reacção dele – humana – foi ficar abraçado a ela e a BBC decidiu mostrar a imagem porque achou que retratava bem o que a comunidade estava a experienciar.” Este tipo de expressão emotiva pode ser mal interpretada pelas pessoas, que “não tendem a entender o trabalho dos jornalistas tão bem como poderiam entender”.
“A verdade é que, do meu ponto de vista e da experiência que tenho tido a lidar com outros jornalistas, a maioria deles está apenas a tentar fazer o melhor trabalho que consegue. E não tenho tanta certeza sobre se o público entende isso” explica , Gavin Rees.
Soraia Ribeiro
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