quinta-feira, 17 de novembro de 2011

RTP Madeira e Açores vão acabar?


A decisão de transferir a tutela dos canais para os governos autónomos já está tomada e converge com a sugestão dos membros do grupo de trabalho para a definição do serviço público.

No relatório apresentado anteontem pelo grupo de trabalho nomeado por Pedro Passos Coelho lê-se: "Sobre a RTP-Açores e RTP-Madeira, consideramos que a sua missão histórica está terminada." João Duque defendeu ontem na TSF que a audiência local dos canais "não justifica o investimento".

Esta decisão terá sido tomada porque a RTP-Açores custou no ano passado 13 milhões de euros, enquanto a factura da RTP-Madeira foi de 11,7 milhões, ambos valores que nunca justificaram as fracas audiências de ambos os canais de oferta insular.

Segundo site da RTP Açores, o documento não defende abertamente a extinção dos canais regionais de televisão, mas, numa entrevista à Antena 1 Açores Manuel Vilaverde Cabral, um dos membros do grupo, disse que já não se justifica a existência de canais de televisão nos Açores e na Madeira, pagos pelo Estado.

O site do canal argumenta ainda que o grupo de trabalho presidido pelo economista João Duque considera também que existe nas Regiões Autónomas, tal como no continente, "a tendência do poder político para tornar cativos os canais", ou seja para controlar a comunicação social pública.

Por isso, o relatório defende, no seu ponto 22, que sejam aplicadas as mesmas recomendações feitas aos canais nacionais nos pontos anteriores.

Há quem interprete o relatório como o primeiro passo para a extinção das delegações da RTP nos Açores e na Madeira, embora isso não esteja escrito no documento.

Há também quem entenda estas recomendações, como um reforço do papel do serviço público nas regiões autónomas, tendo em conta a proposta do grupo de trabalho, de reformular os conteúdos noticiosos, através da criação de noticiários mais curtos, limitados ao essencial, e libertos de referências subjetivas.

Fonte: Público; RTPAçores

Mário Borges e Frederico Daniel

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