sábado, 25 de março de 2017
À procura do “milhão de dólares”
''Nunca como agora o consumo de informação foi tão grande e nunca as empresas que produzem essa informação estiveram tão mal em termos financeiros'', afirmou Paulo Ferreira. Este é o paradoxo que os média enfrentam. Para o jornalista e gestor da TrueStories, a crise económica é fruto de “um erro crasso: oferecer aquilo que tem valor”, ou seja, a informação produzida por jornalistas.
O advento do digital foi mal compreendido pelos média quando decidiram disponibilizar conteúdos a custo zero. De acordo com Paulo Ferreira, esta aposta traduziu-se em três problemas. O que passa a ser oferecido “é percecionado como não tendo grande valor”, “não gera receitas” e “é muito difícil que volte a ser pago”. Uma análise que fez parte do painel “Jornalismo: novos modelos de negócio”, que encerrou ontem a 5ª Semana de Comunicação, Artes e Tecnologias, organizada pelo Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Lusófona.
O único segredo para ser bom jornalista
Moderada por Helena Garrido, a conferência contou ainda com a intervenção de David Dinis, director do Público, Rute Sousa Vasco, jornalista e gestora da Madre Media e Samuel Alemão, jornalista de O Corvo. Todos estiveram de acordo com a necessidade de continuar a apostar no digital – não é possível inverter um caminho que se tornou o único conhecido para grande parte dos consumidores, especialmente os mais jovens.
Encontrar uma forma do jornalismo digital ter retorno financeiro, “é a pergunta para um milhão de dólares”, referiu David Dinis. O diretor do Público considera que os média têm de se voltar para a informação útil, que interessa a quem a consome. E deixou um conselho aos estudantes de jornalismo: “sejam melhores, leiam muito, aprendam todos os dias e divirtam-se com aquilo que estão a aprender. Esse é o único segredo para ser um bom jornalista”. Quanto a novos modelos de negócio, todos concordam que o futuro é experimentar e ir ultrapassando obstáculos, sem receio de falhar, pois ainda não se encontrou o caminho certo.
Texto: Raquel De Araújo e Yauri Neto, com Rita Silva e Sara Amorim
Foto: Yauri Neto
sexta-feira, 24 de março de 2017
Lusófona no Festival D&AD
Texto: Rafaela Monteiro com Alexandre Silva e Pedro Camacho
Foto: Alexandre Silva
Fotojornalismo: ética, exige-se
“Quem gosta de imagens, gosta de noticiar imagens”, mas a utilização de fotos nas notícias deve respeitar a ética e as regras jornalísticas. As palavras de José Carlos Abrantes, responsável pela Associação dos Amigos das Imagens (ASAMI) foram corroboradas por Maria Brederode dos Santos, membro do Conselho de Opinião da RTP, e por António Granado, jornalista e professor universitário, durante a conferência “MigraFOTOS”, a 23 de março, penúltimo dia da Semana de Comunicação. Os três intervenientes debateram, especificamente, a ética fotojornalística na cobertura de temas críticos como os refugiados e o terrorismo.
Texto: Miguel Silva com Melissa Cruz
Foto: Eduardo Sofila
quinta-feira, 23 de março de 2017
Dar voz a quem os média esquecem
O projeto multimédia “Juventude em jogo” abriu hoje o penúltimo dia da Semana de Comunicação, apresentado pelos jornalistas freelancers Sofia Rodrigues e Diogo Cardoso. Conta a história de três jovens futebolistas, dois africanos e um sul-americano, levados para jogar na Europa quando ainda eram menores. Um trabalho publicado na Divergente, plataforma online de jornalismo de investigação, criada para “dar voz a pessoas que normalmente não têm espaço nos média tradicionais”, diz Sofia Rodrigues. Sete pessoas, 5 mil euros de bolsa e 18 meses de trabalho foi o necessário para tornar “Juventude em jogo” uma realidade. O projeto ganhou dois prémios em 2016 e foi comprado pelo jornal Público e pela SIC.
Texto: Maria Lopes, Mariana Vilela e Marina Nabitchita
Foto: Mariana Vilela
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